Ainda escrevo, embora não mais aqui. Finalmente compreendi a natureza da potência imbuída na escrita enquanto meio de expressão - e afirmo com tranquilidade que o ato de escrever é o que me tem feito tornar a mim, a lembrar de mim mesma e a chegar à conclusão de que buscamos pela completude. Até finalmente alcançar esses significados no meu horizonte de possibilidades, toda e qualquer tentativa de traçar letras num papel - ou de digitá-las num arquivo de texto, como é o caso - cumpriu seu papel de importância, incluindo os escritos incluídos neste blog, iniciado lá no auge dos meus 15 anos. Eles permanecerão aqui enquanto registro, lembrança e informação dessa época que passou depressa e foi tão relevante para a constituição do meu imaginário até agora.
Escrevo atualmente no Querido Clássico sobre literatura e livros e também uso o Twitter com frequência. Apareço esporadicamente no Medium para tratar sobre qualquer bobajada que me dê na telha e que, de tanta inquietação interna desencadeada por alguma ideia específica, seja necessário materializá-la e colocá-la no mundo. Citando Rilke,
Examine as razões que o impelem a escrever; observe se elas estendem raízes no ponto mais profundo de sua alma; confesse a si mesmo se acabaria morrendo caso fosse impedido de escrever. E sobretudo isto: pergunte-se no momento mais silencioso da noite - Tenho necessidade de escrever? (RILKE, R.M. Cartas a um jovem poeta. Rio de Janeiro: Antofágica, 2024. P. 32-33.)